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Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore: um terceiro filme de introdução à franquia

  • Foto do escritor: Bryan Cruz
    Bryan Cruz
  • 23 de abr. de 2022
  • 3 min de leitura


A razoabilidade e falta de profundidade que proporciona uma narrativa capitular.

A narrativa capitular é aquela que mede partes  de uma grande história, como um capítulo de um livro que, antes de prosseguir, detalha seu Universo. Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore não apenas tem uma narrativa capitular como é um filme capitular Visual impressionante não compensa ritmo monótono e duração desnecessária

Franquia derivada de Harry Potter, Animais Fantásticos nunca conseguiu reproduzir em tela o encanto da série original que conquistou a geração millennial. Embora …E Onde Habitam tenha apresentado com sucesso novos cantos do mundo mágico, o excesso de exposição e o uso de reviravoltas óbvias tornou cansativa a experiência de assisti-lo. Já Os Crimes de Grindelwald, segundo capítulo dessa nova leva de filmes, parece menos uma produção hollywoodiana e mais uma colcha de retalhos de ideias e eventos aleatórios imaginados por J.K. Rowling entre uma declaração transfóbica e outra. Neste cenário, Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore chega aos cinemas sob uma desconfiança natural. O novo longa da franquia, no entanto, é o mais regular entre seus “irmãos”, embora seja também o mais monótono.

Ressalta-se o trabalho do departamento de efeitos visuais entrega algumas das criaturas mágicas mais belas do Mundo Mágico em Os Segredos de Dumbledore. Diferentemente do que é visto em muitos blockbusters atuais, o cuidado aplicado em cada pelo, escama ou presa dos Animais Fantásticos é evidente, a ponto de ser possível acreditar que alguns destes bichinhos realmente estavam no set com o elenco. As feras que batizam a franquia esbanjam criatividade, com designs que vão de adoráveis a ameaçadores e que prendem os olhos do público na tela, apesar do tédio causado pelo roteiro. Especialmente fofo, o qilin é talvez a adição mais encantadora à fauna bruxa, com uma caracterização capaz de arrancar suspiros de qualquer espectador que já tenha vivido com um bichinho de estimação.

Sobre os personagens: Mikkelsen, por exemplo, eleva o material medíocre que recebeu de Rowling e Kloves e, mesmo que o roteiro não faça muitos favores a Grindelwald, sua atuação impede que ele se torne um personagem esquecível. Estando ele em transição de um criminoso para um possível político candidato à Confederação Internacional dos Bruxos. Esse é o grande conflito da história, em que os segredos de Dumbledore são mais uma artimanha para tentar dar peso a esse projeto mais linear em direção à Guerra em paralelo aos animais fantásticos. Se Newt, no segundo filme, parecia um coadjuvante, agora ele volta ao protagonismo, com a chancela de Dumbledore, pelo menos. O Dumbledore de Jude Law também se destaca. Dividido entre seu amor por Grindelwald e sua busca pela paz entre os mundos bruxo e trouxa, o futuro diretor de Hogwarts ganha um retrato melancólico e profundo, em um trabalho que compensa sua ponta supervalorizada em Os Crimes de Grindelwald. Sinalizando uma troca de protagonistas na franquia, o bruxo começa a ganhar mais destaque, com Eddie Redmayne e seu Newt Scamander tendo uma aparição mais discreta neste terceiro filme. Mas a melhor atuação é, mais uma vez, de Dan Fogler. O ator ofusca seus colegas sempre que aparece em cena, servindo tanto como o centro emocional quanto o alívio cômico de Os Segredos de Dumbledore. Capaz de transformar o texto sem graça em falas hilárias, ele enche a tela com suas caras, bocas e barulhos, além de mostrar uma boa química com a recém-chegada Jessica Williams. A atriz americana, aliás, ocupa de forma competente o espaço deixado por Katherine Waterston, presente no longa de forma bem dispensável.

Com isto, esse filme se torna um filme minimamente divertido, sempre se reequilibrando com os momentos plim plim fabulosos que animam qualquer pessoa apaixonada por magia em qualquer sentido que seja, cinema ou bruxo. De alguma maneira há reciclagens temáticas de momentos que já vimos em Harry Potter sem parecer repetido, e tudo de mais novo ou pontas soltas do segundo filme são cancelados. A sensação é de um final indeciso, como se não soubesse terminar, tentando manter algum segredo que não se criou gancho para interesse que não fosse o mesmo de sempre. Mas Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore pelo menos parece aquele filme de Natal, agora em Nova Iorque, que Alvo Dumbledore é o anjo do Natal presente, algo que alguns fãs podem bater palmas leves no cinema e alguns espectadores novos se divertirem com mais uma dança de Newt nas telonas ou na telinha HBO Max. Esse é o filme capitular do Wizarding World, com cara de encerramento – como a história da Fênix – na observação do sim ou do não de uma sequência para o romance conflituoso de Dumbledore. Nota: 7 Marmeladas



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